Saltou do comboio com a mochila às costas, preto de sujo, o cabelo rapado, a voz rouca.
Era o meu filho e, ao mesmo tempo, não era: apenas um rapaz, um princípio de homem, alguém com ideias concretas sobre algumas coisas, nada concretas sobre outras.
Ficámos numa abraço curto a matar saudades de outros tempos, ele quase da minha altura, eu a minguar por dentro. Ter um filho é ter o coração fora do corpo.
Figueira da Foz, 5 de Março
Há 15 anos