segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

cheia de sorte

Dizem que desapareceste há mais de três meses.
A polícia não tem pistas e abandonou a teoria de rapto.

Sinto-me tão confiante que até já vou trabalhar.
Depois de te ter morto tirei-te esta fotografia e coloquei-a, amorosamente, como fundo da minha mala preta.
Estou de luto por ti, compreendes?

Na mala enfio ainda um casaco, por causa do frio, um pequeno frasco de perfume, um baton rosa sem graça e a minha carteira.
Sinto-me uma mulher rica.
A mala preta é um reflexo do que tenho de melhor:
a tua morte.

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