Sentiu o coração acelerado e depois a transferência da pulsação para o pescoço. Olhou a criança outra vez e gritou:
- Quantas vezes é que já te disse?
- Desculpa.
_ Não quero as tuas desculpas.
A mãe afastou-se, cada vez mais consciente do ritmo cardíaco. Todas as semanas havia pelo menos duas cenas semelhantes e que acabavam invariavelmente do mesmo modo.
- Desculpa.
- Não quero as tuas desculpas.
Dias mais tarde, no consultório do psiquiatra, a mesma mãe dirá repetidas vezes:
- O mais difícil é ver um filho fazer o mesmo caminho que nós. Dói muito.
Figueira da Foz, 5 de Março
Há 15 anos
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