quarta-feira, 20 de agosto de 2008

se as saudades fossem azuis


Seriam da cor do céu que está colado à minha janela.
Leio histórias infantis.
O tempo está no modo silencioso. Activei-o assim.
O miúdo vomitou com elegância. Passou a mão pela boca, refez a pose, casual, descontraída. Disse:

- Não é nada, só preciso de dormir. Fica comigo, mãe.

E eu fiquei. A contar os sinais do rosto, a ver o desenho perfeito das sobrancelhas, o revirar das pestanas, o rosa dos lábios. Tive saudades do outro miúdo perdido na natureza. Tive saudades deles em bebés, a rir, a dormir em almofadas, a pedir colo, a brincar com camiões e betoneiras amarelas.

Tenham paciência mas até segunda feira vou estar em retiro.
Com a família, como convém.